Miguel Marques eleito com maioria absoluta
“As pessoas em primeiro lugar”
Miguel Marques (PSD) foi eleito com maioria absoluta, nas últimas eleições autárquicas realizadas a 12 de outubro, como presidente da Câmara de Oleiros. O advogado, que já exercia o cargo depois da saída de Fernando Jorge (por motivos de saúde), candidatou-se ao cargo pela primeira vez obtendo um resultado muito positivo. A seu lado terá três vereadores da sua equipa (Paulo Urbano, Telma Mateus e Filipe Bártolo) e o vereador da oposição, António Antunes, eleito pelo PS/MCO.
Ao Oleiros Magazine, naquela que foi a sua primeira entrevista após as eleições, diz “ir trabalhar com todas as freguesias” e que este mandato tem como prioridade “as pessoas apoiando-as do ponto de vista social e da qualidade de vida”.
Uma das áreas que Miguel Marques quer ver reforçada e que vem no seguimento da aposta nas pessoas é a habitação. “Queremos criar um parque habitacional no concelho. Neste momento temos um novo loteamento, em Casal de Santa Margarida, para acolher 10 moradias. Tratam-se de lotes de terreno para construção de casas em que daremos preferência a jovens casais. Estamos também a requalificar quatro escolas (Monte Fundeiro, Sendinho de Santo Amaro, Isna e Sendinho da Senhora) para casas de habitação. Esta é uma aposta que poderá vir a ser alargada a outras escolas que estão devolutas”.
Numa outra perspetiva, mais social, o autarca anuncia “a construção de um prédio com oito apartamentos de tipologia T2 e T3 para acolher famílias já identificadas no concelho”.
A melhoria da qualidade de vida no concelho passa também pelas comunicações fixas e móveis. “Entre 2021 e 2025 foram colocadas no concelho, através do acordo com a operadora MEO, cinco antenas. Brevemente irá ser colocada uma nova na Foz de Giraldo e queremos que outras possam vir a ser instaladas noutros locais”, justifica.
A rede de fibra é outra que Miguel Marques quer ver concluída. “Ainda temos alguns pontos no concelho em que não temos essa rede instalada, que é importante para as comunicações, sobretudo para a internet. Por isso iremos, junto dos operadores, procurar solucionar essa questão”, frisa.
Nova zona industrial
Miguel Marques considera importante dinamizar a economia através da captação de mais empresas para o concelho, de forma a criar mais emprego e riqueza para o território. Nessa perspetiva, e de forma a garantir espaço para que novas empresas se possam instalar na vila, “irá ser criada uma nova zona industrial, num espaço que nos permita crescer mais e que no futuro possa ser alargado”.
De resto o facto de haver terrenos disponíveis é uma mais-valia que o concelho quer explorar. “Nas outras duas zonas industriais – Alverca e Açude Pinto – ainda temos lotes de terrenos disponíveis. Estamos também a construir uma incubadora de empresas, cuja obra ficará concluída no primeiro trimestre de 2026”.
Ainda na vertente económica, o presidente da Câmara, adianta que vai ser aberto um espaço de trabalho em co-working no 1.º andar “do edifício do Mercado Municipal, num investimento de 700 mil euros, para o qual conseguimos, para já, 85% de financiamento em fundos europeus no âmbito do Portugal 2030”.
Na área económica a floresta é outra das apostas. “Será um setor em que faremos importantes investimentos. Vamos limpar 800 quilómetros de caminhos florestais no próximo ano (ver página 3) e continuaremos a apostar na construção de tanques para abastecimento de água aos meios de combate a incêndios (terrestres e aéreos – helicópteros). Neste momento temos 19 mas iremos construir mais, em locais identificados pelas juntas de freguesia e pela Proteção Civil”, revela.
Ainda ao nível da floresta, Miguel Marques fala nos Condomínios de Aldeia. Um programa lançado pelo Governo, no âmbito do PRR, que tem como objetivo dar apoio e resiliência às aldeias localizadas em territórios vulneráveis de floresta. Na prática, o Programa apoia um conjunto de ações destinadas a assegurar a alteração do uso e ocupação do solo e a gestão de combustíveis em redor dos aglomerados populacionais, incentivando os proprietários a assumir a manutenção dos terrenos garantindo a sua limpeza e promovendo uma ocupação do solo geradora de rendimentos.
“Tivemos uma candidatura aprovada para 13 Condomínios de Aldeia, no valor de 600 mil euros e iremos submeter novas candidaturas”, explica o autarca, enquanto sublinha que também a “AIGP do Caniçal - Área Integrada da Gestão da Paisagem continuará a ter o apoio da Câmara”.