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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Março 2024 nº90 Ano XXII
Opinião
O eixo da roda

InesMartins.JPGHá dias, por ocasião do aniversário de Adriano Moreira, a leitura de um artigo de jornal intitulado “O eixo da roda” suscitou-me a reflexão em torno desta metáfora recorrente do centenário professor. Segundo ele, “a roda anda, passa por muitas mudanças e o eixo acompanha-a, sem se mover”.
Este eixo representa os valores, tantas vezes comprometidos à luz de uma sociedade inquieta e vibrante, por vezes algo perdida, face a acontecimentos globais ou mais cercanos que nos vão abalando o pensamento.
O mecanismo inerente à roda associa-se a grandes mudanças operadas pela humanidade ao longo dos tempos e à noção de evolução. No entanto, “é a estabilidade do eixo que a sustenta que torna seguro o caminho e a sua progressão”. Tal imagem leva-nos ao respeito por um conjunto de direitos e deveres, princípios e prioridades que devem nortear a conduta humana e garantir uma evolução consistente, coerente e notável.
Vivemos atualmente a um ritmo alucinante, rodeados de incertezas. As sociedades estão fortemente marcadas pelo consumo desenfreado e imediato, bem como pela volatilidade de princípios e valores, num mundo cada vez mais globalizado e a perder os seus referenciais. Em alternativa, o já referido eixo deve manter-se sempre estável e inquebrável; de outra forma, vive-se “em roda livre”.

Inês Martins