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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Março 2024 nº90 Ano XXII
Madeirã é capital do Medronho

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O Ateliê do Medronho realiza-se, dia 3 de novembro, na freguesia de Madeirã, e, segundo a autarquia de Oleiros, "vai dar destaque àquele fruto vermelho, que está na base de produtos de qualidade reconhecida, como a aguardente, mas também licores e compotas que têm recebido medalhas de ouro em reputados concursos".
O Atelier é promovido pelo Município de Oleiros e pela Junta de Freguesia de Madeirã, contando com o apoio da Associação Recreativa e Cultural de Melhoramentos da Aldeia da Cava (ARCA), do Grupo de Amigos da Freguesia de Madeirã (GAFM) e do Geopark Naturtejo.
De acordo com a organização, esta iniciativa integra um passeio pedestre interativo, um almoço de convívio e a recriação histórica "Os Madeiranenses da diáspora", a cargo da Companhia de Teatro Viv´Arte.
Recorde-se que na obra Memórias da Villa de Oleiros e do seu concelho, em 1881, D. João Maria Pereira d´Amaral e Pimentel referia que "a aguardente de medronhos colhidos nos matos foi, nos anos 1856 e 1857, a principal riqueza da freguesia e poderia ser um grande recurso, se continuassem a aproveitá-los e houvesse máquinas de destilação".
Na mesma nota de imprensa, a Câmara esclarece que "o medronheiro é uma espécie bastante generosa que hoje se apresenta como potenciadora de múltiplos usos alternativos. Assim, para além da tradicional aguardente, é utilizado como fruto fresco, em polpas, sumos, iogurtes e compotas, em cosmética ou farmacêutica, confere propriedades distintas no mel e é utilizado como planta ornamental".
Graças à rápida capacidade de regeneração desta planta autóctone e à sua elevada rendibilidade e resiliência face aos incêndios florestais, o medronheiro revela-se um eficiente corta-fogo, reduzindo a sua velocidade e podendo ser utilizado junto das linhas corta-fogo primárias e incorporado nas faixas de gestão de combustível.
O atelier começa às 9H00, no Adro da Igreja Matriz de Madeirã, onde será recriada a tradicional "desjejua". Dali inicia-se o passeio interativo com passagem por alguns imóveis antigos do aglomerado urbano, por uma casa de lavoura onde serão abordadas algumas tradições agrícolas (como a pisa da castanha), por um local com vista panorâmica para os Meandros do Zêzere - paisagem classificada pela UNESCO (incluindo uma explicação pela geóloga Joana de Castro Rodrigues) e como não poderia deixar de ser, pela destilaria Silvapa, com visita a um espaço musealizado com peças de várias épocas.
O almoço convívio decorrerá no Santuário do Senhor Jesus do Vale Terreiro, seguindo-se uma recriação histórica. Este é um momento que pretende ser um tributo aos filhos da terra, desde os que permaneceram nas raízes (como um núcleo de lavradores, instalados na aba sul do Vale do Zêzere, cuja produção de castanheiro foi prioritária à sua subsistência, ou alguns barbeiros-sangradores), aos que procuraram fortuna noutras paragens (em Lisboa, ligados à atividade comercial e em Belém do Pará - Brasil, ligados à indústria e comércio). Estes foram responsáveis pela construção de alguns dos imóveis habitacionais, escolares e religiosos da freguesia, marcando a arquitetura do casario.
De referir que a ação "Dez Freguesias, Dez Experiências" integra o projeto intermunicipal Beira Baixa Cultural, na categoria Ateliês Temáticos de Cultura e Gastronomia. Este é promovido pela Comunidade Intermunicipal e Municípios que a constituem, sendo cofinanciado pelo Fundo de Desenvolvimento Europeu / Portugal 2020.