Óbito
Faleceu Augusto de Matos
Augusto de Matos, uma
figura incontornável do panorama sociocultural Oleirense, faleceu
no passado dia 30 de novembro, aos 88 anos de idade. Cidadão
dedicado e muito considerado pela comunidade, foi Vereador da
Câmara Municipal de Oleiros e envolveu-se em várias coletividades e
instituições locais, como a Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Oleiros, o Agrupamento 1080 do Corpo Nacional de
Escutas, a Sociedade Filarmónica Oleirense ou a Santa Casa da
Misericórdia de Oleiros, tendo sido vários anos presidente da mesa
da Assembleia Geral. Deu muito de si a Oleiros e em muito
enriqueceu o património artístico concelhio e regional. Deixa um
legado notável ligado ao desenho, pintura e arquitetura, bem como a
marca indelével de quem tanto amou a sua terra. A exibição do
roteiro virtual dedicado ao linho - que o Município transmitirá no
próximo dia 19 de dezembro, no âmbito do projeto Beira Baixa
Cultural -, será em sua memória.
Augusto de Matos nasceu em Oleiros a 3 de dezembro de 1931. Tirou o
Curso Técnico da Escola Industrial Marquês de Pombal, em Lisboa,
tendo a disciplina de Desenho sido uma das dominantes. Passou pelas
Finanças e integrou, em 1960, o Quadro de Desenhadores da
Direção-Geral dos Serviços Hidráulicos, em Lisboa, onde adquiriu
uma vasta experiência no ramo do Desenho Técnico e Arquitetónico.
Em 1962 ingressou no quadro de pessoal dos CTT como Desenhador.
Colocado em Castelo Branco, organizou o então criado Gabinete de
Desenho e desenvolveu uma vasta atividade durante 30 anos.
Entretanto, colaborou com vários engenheiros e arquitetos,
desenvolvendo um trabalho de projeto na área da Construção Civil.
Com a criação da Portugal Telecom, chefiou o Gabinete de Desenho,
cargo que ocupou vários anos até à data da sua aposentação, em
1992. Desde então, passou a ter todo o tempo disponível para se
dedicar ao desenho, pintura, filatelia e, mais recentemente, à
música, tendo integrado o grupo fundador da Academia de Música de
Coimbra - Oleiros.
Realizou vários trabalhos e coleções, de onde se destacam "Oleiros,
a Metáfora do Tempo ou um Percurso de Sensações" (em 2002), "O
Descobrimento do Tibete" (2002), "A Balada do Linho" (em 2004), "No
suor da Resina" (2008) e o "O Pão Nosso de cada Dia" (2012). Os
ciclos do linho, do milho (pão) e da resina foram por si ilustrados
em séries pictóricas que ficarão como legado para gerações atuais e
vindouras. O seu exemplo e talento não serão esquecidos.