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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Abril 2025 nº94 Ano XXIV
Estudo sobre a cultura mediática de jovens, professores e pais
Media sociais em livro
vt.jpgNove em cada 10 jovens portugueses dos nove aos 16 anos começam a usar redes sociais online antes dos 13 anos, usando-as como fonte de informação, mas sobretudo como espaço de entretenimento e comunicação. Ali alargam a rede de relações sociais, que vai além das limitações geográficas, usam cada vez mais o inglês, procuram beneficiar das oportunidades e evitar ou responder a situações de incómodo, ao mesmo tempo que aprendem acerca dos assuntos que mais os interessam. Toda esta atividade ocorre sob o olhar atento de professores e de encarregados de educação, que estão mais preocupados com os riscos a que os jovens estão expostos nas redes sociais, do que nas oportunidades que esse uso lhe confere. Ainda assim, professores e encarregados de educação reconhecem potencial pedagógico às redes sociais e admitem o seu uso no espaço formal da escola, o que já acontece, mas a título excecional.
 
Os dados são de uma investigação realizada no distrito de Castelo Branco entre 2012 e 2015, cujos resultados são apresentados num capítulo do livro "Investigação em media sociais: uma visão glocal", que acaba de ser publicado pela RVJ-Editores. O livro, organizado por Vitor Tomé, Evelyne Bévort e Vitor Reia-Baptista, conta com mais seis artigos de investigação na área dos media sociais, escritos por investigadores de países como Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Espanha e Estados Unidos da América.
 
A investigação portuguesa foi realizada pelo editor do Ensino Magazine, Vitor Tomé, para quem, "em termos de usos, práticas e participação nas redes sociais, a cultura digital dos jovens portugueses não é diferente da cultura dos jovens de Nova Iorque, do Rio de Janeiro ou de Melbourne, como apontam os dados da comparação dos nossos resultados com os de outros estudos".
 
vitor.jpgA investigação foi realizada no âmbito de um projeto de pós-doutoramento financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), com o apoio da Universidade do Algarve, do CLEMI-Paris e da Universidade Católica de Milão. O resultado "interessa a professores, a pais e encarregados de educação, bem como a jovens, que se podem rever nas muitas citações de pares".
 
Ao nível da metodologia usada, depois de validar três questionários específicos em função de cada grupo, obteve resposta de 549 jovens, 267 dos seus encarregados de educação e 150 dos seus professores. Os dados estatísticos eram "interessantes", mas foi decidido não os publicar. "Em vez disso, partimos desses resultados e entrevistámos 142 jovens, 20 professores e 20 encarregados de educação, sendo que todos eles tinham participado no estudo quantitativo", afirma.
 
A metodologia permitiu "corrigir algumas conclusões que resultaram da análise das respostas aos questionários", sendo que, em alguns casos, houve mesmo contradição o que foi afirmado nos questionários e nas entrevistas. "A vantagem é que, com as entrevistas, foi possível perceber melhor os resultados e entender as justificações para algumas contradições surgidas", explica.
 
O livro está a ser comercializado pela RVJ-Editores e na Loja Virtual Ensino Magazine.