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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Março 2024 nº90 Ano XXII
Editorial
Questionar para gerar inovação
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Uma sociedade que não questiona, estagna, não evolui.
Depois de um final de ano atribulado, em que se escreveram rios de considerações sobre os professores, é fundamental recordar que ensinar é sobretudo questionar, para aprender e evoluir.  Percebo as razões dos professores e, ao mesmo tempo, reconheço o transtorno causado às famílias e especialmente aos alunos. Como Diretor, estou certo que é "boa filosofia" perceber que tanto os professores como a comunidade educativa têm direito a discordar, mas o respeito pelas opiniões dos outros é fundamental.
Falando agora do questionar, do saber, Umberto Eco escreveu "o saber não é culpado pelo orgulho demoníaco com o qual caminhamos para a possível destruição" e que "é a ciência o único alerta possível para os riscos que emergem". referindo-se ao avanço das ciências e às suas descobertas e às interrogações sobre as ameaças ao bem estar da Humanidade e refletindo sobre os valores de quem a pratica, ou as razões que levam ao progresso. 
Assim, questionar com respeito pelos valores globais, é um "questionar" fundamental à aprendizagem, Umberto Eco afirma que "deveria ser levado ao conhecimento dos jovens de todas as escolas para que possam reflectir sobre os princípios da ciência moderna". Talvez para que as gerações futuras aprendam com base na reflexão e em valores que hoje podem estar em causa, questionar, refletir sobre tudo na vida é o único caminho para um Futuro construído em Democracia e com a Participação de todos 
Receio que a procura, por vezes irrefletida e irresponsável de alguma modernidade, dominada pela ganância do Homem, seja mais importante que os valores universais dos Direitos da Humanidade, começando com o direito a um Planeta Feliz. 
Para que Portugal continue a atual tendência de crescimento económico, tem de investir, cada vez mais, na formação das suas pessoas, evoluindo para uma sociedade do saber, do conhecimento e com forte apetência pela criação, tendo em consideração as necessidades tecnológicas que a quarta revolução industrial vai obrigar a redefinir.
"Todos nós temos o direito de aceitar ou discordar de uma determinada situação, o que não podemos é querer impor a todo custo o que achamos ser correto". como afirma, Mazenildo Feliciano Pereira.
Em conclusão: por vezes, parece que questionar ou discordar é um mal social. No entanto, esse deve ser o principal papel da Escola: formar para a interrogação, para o pensar e para a evolução, gerando conhecimento e capacidade de inovação.
António Cavaco