A Federação Portuguesa de Futebol demonstrou como a solidariedade dos portugueses pode ser materializada em atos concretos e não em aproveitamentos políticos resultantes da catástrofe dos incêndios florestais que afetaram o país no ano passado e que deixaram um rastro de destruição no nosso concelho. Os donativos dos portugueses que se associaram à Federação e o contributo dos jogadores da seleção das quinas tornaram possível reconstruir 12 casas, duas das quais no concelho de Oleiros.

A este gesto, nobre e solidário, sem burocracias nem complicações, juntou-se a empresa DDN que também recuperou e já entregou uma das casas que foi consumida pelas chamas em outubro passado. A solidariedade esteve também presente pela Associação Dignitude que trouxe até ao Orvalho mais de 100 voluntários de Lisboa e do Porto, para limparem a Geo Rota do Orvalho. São gestos como estes que dão alento e que fazem acreditar que Portugal é um país solidário.

A este propósito, a aldeia de Álvaro foi a escolhida para a assinatura de protocolos de cooperação entre o Governo e autarquias, Foi anunciada uma verba de um milhão de euros para a recuperação de 27 aldeias de xisto afetadas pelos incêndios de 2017. Um momento importante, presidido pela Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que destacou a a dimensão deste projeto. Espera-se agora que a burocracia do Estado não deixe cair por terra um plano como este e que a sua concretização seja uma realidade. É isso que se exige.

Oleiros sempre soube ultrapassar as adversidades com que se deparou ao longo da sua vida. Não quer ser tratado de maneira diferente, apenas pretende ter as mesmas oportunidades que os concelhos do litoral têm garantidas. Nem mais, nem menos. Tal como a Federação Portuguesa de Futebol fez, está na altura do próprio Estado agir em vez de anunciar, porque isto de se estar sempre a falar do interior e nada acontecer começa a passar a ideia de publicidade enganosa, a e a isso nós dizemos: não obrigado!

A todos votos de umas boas férias e boas leituras.