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Jornal do Concelho de Oleiros | Francisco Carrega | Periodicidade: Trimestral | Março 2024 nº90 Ano XXII
Opinião
Um brinde de Esperança
Vinho_Callum.jpgVivemos tempos inéditos, difíceis e desafiantes. Quando tudo passar, esperamos que tudo fique bem, mas nada será igual. Sairemos desta situação, seguramente, mais fortes, unidos e valorizando de outra forma tudo o que nos rodeia. E se repararmos com atenção, encontramos na nossa envolvente muitos aspetos que nos podem estimular e encorajar a ultrapassar as adversidades.
Num contexto em que o Vinho Callum consolida a sua notoriedade e numa altura em que habitualmente teria o seu destaque, não deixa de ser interessante refletir sobre o exemplo que a casta que o origina nos pode dar. 
Autóctone de Oleiros, resistiu à praga de filoxera que em meados do século XIX destruiu muitas vinhas na Europa. Note-se que nome desta casta deriva, provavelmente, de "pele dura, crosta" em latim. Por outro lado, as suas plantas verificam elevada tolerância à humidade, habitando junto das linhas de água a "abraçar" tutores vivos, o que aliado à existência de algumas barreiras geográficas, fez com que ao longo de séculos tenham resistido a pragas e doenças.
Não deixa de ser interessante reparar nas mensagens que a Natureza nos dá. Tal como as videiras "caluas" que "abraçam" os seus tutores, no final disto tudo poderemos abraçar-nos, teremos resistido e sairemos valorizados. Também como a pele dos seus bagos, os Oleirenses são "duros" a vencer obstáculos e a superar-se. Somos de "boa cepa" e resilientes.
O vinho Callum é hoje considerado um notável vinho histórico e um verdadeiro "tesouro antropológico", estando bem encaminhado quanto ao processo de certificação. O seu exemplo poderá dar-nos um certificado de Esperança. Vai tudo correr bem e no final brindaremos a isso. 
Fiquem o melhor possível e protejam-se.
Inês Martins