Encontro juntou especialistas e produtores
Certificação de produtos em marcha
A Câmara de Oleiros promoveu uma sessão
de esclarecimento acerca da valorização dos produtos endógenos de
Oleiros, no início de janeiro, a qual foi presidida pela diretora
regional de agricultura, Adelina Martins. Este painel, perante uma
plateia repleta e interessada, esteve sempre com a maior
disponibilidade para esclarecer os diversos agentes presentes das
mais variadas fileiras destaque.
Na sessão, o presidente da Câmara
de Oleiros, Fernando Jorge, afirmou que "com o apoio do Governo, a
comprovada disponibilidade dos técnicos do Ministério da
Agricultura e do Município de Oleiros e com a capacidade de
trabalho dos oleirenses, será possível promover produtos de elevada
qualidade e únicos no mundo".
A reunião abordou a valorização dos
produtos locais e a sua diferenciação, enquanto vetor de
desenvolvimento integrado, e assim, de sustentabilidade do
território, através da promoção dos produtos tradicionais e da
geração de riqueza nas áreas rurais. Segundo Adelina Martins, a
inovação é fundamental, não só ao nível da produção, como também da
comercialização e do consumo. "É necessário adequar a estratégia e
definir quantidades". Por último, foi avançado que a Direção
Regional está disponível para colaborar, lançando o repto sobre as
mais variadas iniciativas, alargando-as a diversas áreas e
incidindo-as principalmente sobre os jovens.
Após uma apresentação direcionada
para a produção de medronho, de elevado interesse prático para os
empresários agrícolas, por parte de Manuel Sequeira, diretor da
Delegação de Castelo Branco da DRAPC, Arlindo Antunes, chefe da
Divisão de Desenvolvimento Rural daquela entidade, abordou a
questão do registo de nomes de produtos agrícolas e géneros
alimentícios com designação DOP, IGP e ETG.
A apresentação deu enfoque à
importância da definição da área geográfica de produção na garantia
das especificidades dos produtos e à ligação destes à origem. Foi
assim abordado o Regulamento (EU) n.º 1151/2012, com especial
enfoque sobre questões como o caderno de especificações do produto,
a sua rastreabilidade ou o agrupamento de produtores e o seu papel
fundamental no processo de diferenciação pela qualidade. Na
apresentação foi também referido que deveria haver uma legislação
que facilitasse o processo de certificação dos produtos locais. Num
território como o Centro, compreendendo seis distritos, apenas
estão considerados 14 agrupamentos de produtores e um total de 23
produtos qualificados.
No final, Álvaro Batista, do Núcleo
de Apoio Jurídico da DRAPC, abordou a questão da criação de uma
marca no Instituto Nacional de propriedade Industrial, a qual
também permite diferenciar os produtos perante o consumidor e
assim, valorizá-los. Por exemplo, no caso das designações DOP/IGP,
uma marca acrescenta-lhe diferenciação. Durante a sessão, produtos
como o Cabrito Estonado, o vinho Callum, o Medronho e a Broa da
Isna foram bastante abordados e verificou-se que a certificação
ajuda o consumidor a identificar a excelência do produto. A base da
marca é a produção e o futuro passa pelo aumento do volume de
produção, o fomento da iniciativa e empreendedorismo de jovens que
estejam interessados em regenerar o tecido empresarial e o
associativismo dos produtores.