crónica
O substrato
Por definição, o termo
substrato pode ter várias interpretações, como por exemplo
à luz da ecologia ou da filosofia, sendo entendido como
"superfície, sedimento, base ou meio onde se desenvolvem organismos
vivos" ou "o que forma a parte essencial do ser, em que repousam as
qualidades". Em ambos os casos, estão implícitas as noções de
interior (ou de íntimo) e de consistência (seja da matéria ou da
essência).
De uma forma simplista, podemos referir que é no substrato que se
desenvolvem raízes ou se constroem alicerces. Em qualquer uma das
situações, estão subentendidas as no-
ções de potencial produtivo, capacidade de uso e influência da
consistência para um bom desempenho.
Nos últimos tempos, para fazer face aos desafios que surgiram,
tivemos de adaptar paradigmas, modificar o nosso modo de vida e
reinventar-nos. Vem-me à ideia a noção de substrato, a qual remeto
para a ligação às origens (e a importância que estes referenciais
devem assumir), mas também para a sustentação das nossas ações
(através da sua consistência e qualidades intrínsecas), para além
do potencial de desenvolvimento que é também inerente a este
conceito.
Com a atual pandemia que nos inquieta a todos, vivemos tempos de
alguma incerteza. Deve partir de nós (e do nosso íntimo) saber
estar à altura deste enorme desafio (talvez um dos mais importantes
dos últimos 100 anos). Não devemos esquecer as nossas bases e
raízes (e todo o seu potencial), bem como a consistência das nossas
ações e a capacidade que temos em garantir que o meio onde nos
incluímos seja sempre valorizado.
Assertividade e consistência são palavras de ordem, bem como uma
boa dose de empreendedorismo e responsabilidade. Só assim
conseguiremos superar adversidades e alcançar um futuro promissor,
deixando-o como legado para gerações atuais e vindouras.
Nesta quadra que se vive, tenhamos a esperança e a convicção que
melhores tempos virão e que toda a prudência não terá sido em
vão.
Um Natal pleno de essência para todos.