Sarnadas de S. Simão
Ateliê da cereja recria invasões francesas
O sétimo ateliê temático de cultura e gastronomia da
ronda "Dez Freguesias, Dez Experiências" que o Município de Oleiros
está a desenvolver pelo concelho realizou-se no passado sábado, dia
22 de junho, na freguesia de Sarnadas de S. Simão. A iniciativa
teve como tema a cereja e permitiu a recriação histórica das
invasões francesas.
A iniciativa teve o apoio da Associação Recreativa "Os Amigos da
Cardosa" e os Bombos da Cardosa. Durante o evento foi realizado um
passeio pedestre que teve como guia o investigador Leonel
Azevedo.
Sendo este ateliê dedicado à cereja, os participantes visitaram um
pomar de cerejeiras onde Inês Martins, do Município de Oleiros, fez
uma abordagem à espécie e referiu alguns aspetos relacionados com o
seu fruto; realçou a relação entre a flora e a toponímia local e
destacou o interesse botânico da Serra do Muradal. Nela ocorrem
algumas espécies de relevo como: o azereiro (da mesma família e
género taxonómico da cerejeira) - testemunha da floresta
Laurissilva existente antes das glaciações - e alguns endemismos
ibéricos, bem como pela variabilidade de plantas, nomeadamente das
famílias das Cistáceas e das Ericáceas (nesta última incluem-se
várias urzes e o medronheiro).
Partindo à descoberta da Serra do Muradal, o grupo passou pela
bateria da Cardosa e foi brindado com uma explicação in loco por
parte do guia local. Recorde-se que esta é uma das várias
estruturas militares existentes na Linha Defensiva
Talhadas--Muradal, construída no século XVIII, sendo a primeira
linha de defesa do território face às invasões que entravam pela
Beira-Baixa.
Chegados ao geossítio do Portelo, os participantes puderam
assistir e participar numa animada recriação histórica sobre as
Invasões Francesas, pela Companhia de Teatro Viv ´Arte, e
retemperar baterias num reforço alimentar onde se incluíram os
muito apreciados pastéis de nata de cereja.
A descer em direção à sede de freguesia, num local com vista
privilegiada sobre a região (recorde-se que segundo o Bispo de
Angra, 1881, "Sarnadas virá do verbo latino cerno - ver ao longe"),
a geóloga Joana Castro Rodrigues, do Geopark Naturtejo, explicou a
diversidade geológica do território.
Já nas Sarnadas de S. Simão, o grupo visitou a Igreja Matriz e
percorreu as ruas antigas do aglomerado, como é o caso da Rua do
Ouro, que segundo a tradição local remete para alguns achados que
atestam a antiguidade e importância estratégica daquele povoado.
Seguiu-se um almoço, no pavilhão local.